quinta-feira, 26 de junho de 2014

Amor e fortuna

Sou homem afortunado
Neste planeta azul,
Respiro um ar perfumado,
Me apoio num bom convívio,
Isento de solidão.

A riqueza que usufruo,
Eu reparto, não possuo,
Não se guarda num baú,
Não se deposita na conta,
Não se ostenta como troféu,
Passa bem desapercebida,
Neste mundo do material.

Liberdade sem companhia,
É realmente servidão,
Pois a alma sozinha,
Vive é numa prisão.

O que se tem e o que se dá,
Realmente sem lucro,
É fruto do amor,
E o egoísta e o louco,
O materialista e o sensual,
So pode oferecer todo dia,
Frutos e espinhos do mal.

Quando com Alguém se vive,
Rica se chama a pessoa,
Mesmo com alguns vinténs,
(Mas é preciso sabedoria)
Pois ri, conversa e divide.

Dá e enriquece,
Ainda fica mais disposta,
Compartilha e aumenta,
Pois nada da terra é nosso,
Em zero todos nós nascemos,
Mas com pelo menos um morremos.

Tudo o que pouco existe,
É feito do incontável,
Nossos olhos não veem.

O que parece parado, pobre,
Insignificante, incolor,
É cheio de substâncias,
Não sabemos contar,
Nem medir, nem constatar,
Nem dividir e nem cheirar.

Amor é dois de vista,
E só um para quem sente,
Mas é como legião em torno,
É como a via láctea:
De longe uma só mancha,
De perto um estonteante quadro.

Quem ama é jardineiro,
É astrônomo, é banqueiro,
É matemático, é perfumista,
É pintor, marceneiro,
É pedreiro, é professor.

Quem ama tem tudo.

Bernardo (Jun/2014)


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